Alpha, bravo, charlie, delta. m um primeiro momento, essas palavras podem parecer aleatórias, sem nenhum significado. Porém, trata-se de um alfabeto fonético muito usado em comunicações via rádio. O objetivo desse sistema de comunicação é evitar interpretações equivocadas e possíveis erros de pronúncia. O mesmo acontece com o alfabeto numérico, que além de clareza, oferece discrição às informações entre um interlocutor e outro.
O sistema é composto por 26 palavras que, quando pronunciadas, permitem que elas sejam compreendidas em transmissões de rádio, independente da nacionalidade. Por isso, é considerada uma linguagem universal e totalmente democrática.
Neste artigo, mostramos o que é o alfabeto fonético e numérico e como surgiu. Para explicar os motivos de usá-lo em conversas via rádio, conversamos com o diretor-geral do Grupo Ferrante, Lucas Ferrante. Ele apresentou os seus principais benefícios e os setores que utilizam a linguagem.
Ficou interessado em aprender mais uma curiosidade sobre o universo da radiocomunicação? Então, fique com a gente até o final.
Origem do alfabeto fonético e numérico internacional
O alfabeto fonético e numérico internacional foi desenvolvido ao longo de muitos anos e depois de muitas tentativas. A primeira delas foi por volta de 1920, quando a União Internacional de Telecomunicações (IUT) criou o primeiro tipo de alfabeto fonético. Para denominar cada letra, a IUT usou nomes de algumas cidades: Amsterdam, Baltimore, Casablanca e outras 23. No entanto, nem todos os países adotaram a linguagem e, com o tempo, ela foi esquecida.
Na Segunda Guerra Mundial, os militares utilizaram outro tipo de alfabeto fonético para facilitar o entendimento entre os pilotos e soldados em suas comunicações via rádio. Era chamado de Able Baker. Mas, por ter somente palavras escritas em inglês, o sistema foi muito criticado e substituído por um novo, no qual também eram usadas palavras em espanhol e francês.
A ideia falhou novamente até que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em fevereiro de 1956, anunciou a criação de outro alfabeto fonético que, com o passar dos anos, foi adotado por militares, civis e por diversos segmentos em todo o mundo. A lista de siglas e códigos permanece até hoje e é considerada uma ferramenta eficiente que proporciona clareza às conversas por radiocomunicadores.
O que é o alfabeto fonético e numérico internacional?
Trata-se de um sistema internacional de símbolos usado para auxiliar os interlocutores na percepção das palavras durante uma comunicação via rádio. Para isso, são utilizadas palavras-chave já estipuladas que correspondem a cada uma das 26 letras do alfabeto. Assim, cada código (palavra-chave) representa a sua sigla inicial (símbolo alfabético), o que chamamos de acrofonia. Pronuncia-se Alpha para a letra A, Bravo para B, Charlie para C e assim por diante.
No caso do alfabeto numérico, o código para cada número está relacionado à posição. O número 1, por exemplo, é chamado de primeiro, o 2 de segundo, 3 de terceiro, etc.
Para exemplificar, imagine um código com os seguintes caracteres: 1b2d3p4t. Um operador de rádio ao transmiti-lo para o interlocutor teria que soletrar da seguinte forma “Primeiro bravo, segundo delta, terceiro papa, quarto tango”.
Com esse sistema, evita-se que haja confusão pela semelhança da pronúncia entre as letras “B”, “D” e “T”.
Como o próprio nome sugere, o alfabeto fonético e numérico internacional permite que pessoas de diferentes países se comuniquem, mesmo que elas não falem a mesma língua.
Por que usar o alfabeto fonético e numérico internacional em comunicações via rádio?
Esse sistema de comunicação é utilizado com um único objetivo: evitar confusão entre letras com sons semelhantes, como “M” e “N”, “B” e “D”, e tornar mais precisa as conversas mediadas por radiocomunicadores.
Segundo o diretor-geral do Grupo Ferrante, Lucas Ferrante, “o alfabeto fonético e numérico internacional surgiu para facilitar as transmissões via rádio e diminuir a margem de erros durante uma comunicação, especialmente quando se tem letras e números que quando pronunciados, são semelhantes a outras siglas e números”, esclarece.
Além de clareza, esse tipo de linguagem oferece discrição às operações, pois somente o interlocutor poderá entender a mensagem codificada.
Setores que utilizam o alfabeto fonético e numérico internacional
Desde o seu surgimento, o alfabeto fonético e numérico internacional foi adotado por profissionais de diversos setores que utilizam radiocomunicadores em suas operações. De acordo com Lucas Ferrante, bombeiros, policiais e socorristas usam esse tipo de linguagem para que as comunicações sejam mais assertivas, com pouca margem de erro.
Já no setor privado, o diretor-geral ressalta as indústrias, usinas, empresas de agronegócio, telecomunicações e outras organizações que utilizam o rádio como fator de contato entre seus colaboradores.
Lista de letras, números e códigos
Como dissemos, as 26 palavras do alfabeto possuem uma pronúncia que permite que pessoas de diferentes nacionalidades compreendam. Apesar disso, alguns fonemas foram adaptados de acordo com o cada idioma. O termo “Alpha”, por exemplo, é escrito com “f” em alguns países e com “ph” em outros. Porém, os códigos são os mesmos, o que muda é somente a forma de escrever.
Alfabeto fonético
A = Alpha;
B = Bravo;
C = Charlie;
D = Delta;
E = Echo;
F = Foxtrot;
G = Golf;
H = Hotel;
I = Índia;
J = Juliet;
K = Kilo;
L = Lima;
M = Mike;
N = November;
O = Oscar;
P = Papa;
Q = Quebec;
R = Romeu;
S = Sierra;
T = Tango;
U = Uniform;
V = Victor;
W = Whiskey;
X = Xingu ou X-Ray;
Y = Yankee;
Z = Zulu.
Alfabeto numérico
0 = Negativo;
1 = Primeiro;
2 = Segundo;
3 = Terceiro;
4 = Quarto;
5 = Quinto;
6 = Sexto;
7 = Sétimo;
8 = Oitavo;
9 = Nono.
Adoção do alfabeto fonético e numérico internacional pela equipe do Grupo Ferrante
O Grupo Ferrante faz parte das empresas que adotaram o alfabeto fonético e numérico para otimizar e garantir precisão em sua comunicação interna.
Nossos colaboradores utilizam a linguagem de códigos porque reconhecem as vantagens que ela oferece na otimização de processos. Afinal, com pouca margem de erro nas comunicações, a equipe pode realizar suas operações com mais agilidade e solucionar problemas com a mesma celeridade.
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